O cão, seu dono não lhe quer.
E ele, fiel inconsolado, lhe convém a servidão. Mantém-se prostrado no chão a fitar o que a mão poderá lhe estender.
Não caberia a desfaçatez de entender a maldade que lhe é imposta, cuja única
forma de abatê-lo é justamente não lhe estender as mãos. O dono, esse que o
espreita alto majestoso, sabendo-se superior, ledo engano, pois que não o é e
de longe poderá chegar a ser. E o mamífero acreditando haver uma recíproca na gratidão
do seu amor oferecido, aguarda ao lado, muitas vezes subjugado, a hora que
poderá manifestar-se brandindo seu latido com a intenção de demonstrar
satisfação por se encontrar presente junto ao incauto que se diz proprietário. E
o dia a dia passa, e nunca se desfaz suas juras eternas de gratidão, Ah se
pudesse dizer, que não têm limites o amor que oferta e senão o alimento que lhe
é concedido poderia viver só do encontro do olhar e a ânsia de agradar,
correndo, latindo sentindo-se útil, cujo dono sempre a gritar ... Sai
cachorro... Sai daqui...
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