Total de visualizações de página

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O cão


O cão, seu dono não lhe quer.
E ele, fiel inconsolado, lhe convém a servidão. Mantém-se prostrado no chão a fitar o que a mão poderá lhe estender. Não caberia a desfaçatez de entender a maldade que lhe é imposta, cuja única forma de abatê-lo é justamente não lhe estender as mãos. O dono, esse que o espreita alto majestoso, sabendo-se superior, ledo engano, pois que não o é e de longe poderá chegar a ser. E o mamífero acreditando haver uma recíproca na gratidão do seu amor oferecido, aguarda ao lado, muitas vezes subjugado, a hora que poderá manifestar-se brandindo seu latido com a intenção de demonstrar satisfação por se encontrar presente junto ao incauto que se diz proprietário. E o dia a dia passa, e nunca se desfaz suas juras eternas de gratidão, Ah se pudesse dizer, que não têm limites o amor que oferta e senão o alimento que lhe é concedido poderia viver só do encontro do olhar e a ânsia de agradar, correndo, latindo sentindo-se útil, cujo dono sempre a gritar ... Sai cachorro... Sai daqui...

Nenhum comentário: